Três mapotecas com projetos arquitetônicos da cidade de Manaus foram doadas à Universidade Federal do Amazonas pela Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). O material foi entregue na manhã de segunda-feira, 10, e passa a fazer parte do acervo do Grupo de Pesquisa Arquitetura Moderna na Amazônia (Grupo Ama), da Faculdade de Tecnologia, que contribui para a preservação do patrimônio histórico e formação dos novos arquitetos.
De acordo com o professor Marcos Cereto, coordenador do Grupo Ama, os documentos de arquitetura, como as mapotecas, são parte da história de um local. As prefeituras e as famílias dos arquitetos têm dificuldades em tratar e guardar esse material e disponibilizá-los à sociedade.
“A universidade pública tem um papel fundamental nessa permanência documental. Neste sentido, o Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia (Nama), ao qual o Grupo Ama está vinculado, tem um papel fundamental na guarda, documentação e difusão da arquitetura na Amazônia. Além disso, estamos capacitando futuros profissionais para atuarem em arquivos de Arquitetura e Urbanismo”, informa o docente.
“São três mapotecas com projetos diversos realizados pelos arquitetos atuantes ou contratados pela Prefeitura de Manaus nas décadas de 1980, 1990 e início dos anos 2000. São projetos realizados ou não de maternidades, escolas, sede da Prefeitura, postos de saúde, parques, praças e intervenções viárias. Com a catalogação, teremos a relação completa de tudo. Pretendemos digitalizar todos esses acervos e disponibilizá-los no ano que vem em um site que está em construção”, completa o também líder do Nama.
O Grupo Ama está filiado ao Nama e tem 29 pesquisadores de 17 instituições e 11 estudantes da Ufam. A integração do Núcleo à Rede Brasileira de Acervos de Arquitetura e Urbanismo em 2022 representou um importante passo para a aquisição. “Somos o único representante da Amazônia Legal neste grupo e a guarda do acervo do arquiteto Severiano Porto representou um marco para a nossa integração à Rede. Este acervo ainda está em catalogação e estará disponível no próximo ano aos pesquisadores e à comunidade. O trabalho está sendo realizado pelo Nama com a orientação técnica realizada por um convênio firmado com o Laboratório Archivum do curso de Arquivologia da Ufam, com o professor Leandro Aguiar”, contou o professor Marcos Cereto.
Segundo o coordenador, uma das linhas de pesquisa do Grupo Ama é destinada à pesquisa e acervos e tem a participação de Claudio Muniz Viana, importante arquivista de documentos de Arquitetura e Urbanismo do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que colaborou para que aquisições importantes fossem realizadas.
“Diante da nossa visibilidade e importância para a Amazônia, recebemos a guarda do acervo pessoal do arquiteto José Henriques e iniciamos uma conversa com o Implurb sobre a possibilidade de recebermos também o acervo da Prefeitura de Manaus. José Henriques teve uma atuação importante com projetos realizados na capital amazonense nos anos 1980 e 1990 e participou em diversas gestões como arquiteto na Prefeitura de Manaus. Dessa forma, manteríamos o seu acervo pessoal e público em um único local”, revelou.
“Para nossa satisfação, o acervo que recebemos da Prefeitura não tem apenas projetos de José Henriques, mas de vários outros arquitetos que realizaram obras neste período, constituindo um acervo mais diversificado e representativo”, registrou.
Ainda conforme o professor, “em uma primeira verificação do material recebido, verificamos que há o antigo projeto do Calçadão da Ponta Negra, realizado no final da década de 1990 por Severiano Porto. Iniciaremos a catalogação na semana que vem, com um grupo de estudantes do curso de arquitetura e urbanismo”, finalizou.
Com informações da assessoria