Quando mulheres unem forças para debater sobre a ausência de políticas públicas que garantam o direito de mães, crianças e a importância da rede de apoio durante a maternidade, as estruturas sociais se expandem. Assim, a Roda de Mães Baré, um grupo de apoio que acolheu mais de 180 mulheres virtualmente e realizou uma série de ações gratuitas, agora passa a ser o coletivo social Rede Mães Amazonas, que tem o objetivo de democratizar os espaços e as informações, a fim de gerar impacto diretamente na vida de mulheres, mães e crianças no estado.
Atuando desde 2015 na cidade de Manaus, a mudança iniciou diante à uma reflexão sobre o respeito e apropriação cultural, de acordo com a coordenadora de comunicação da Rede, Nataly Silveira, o anseio do grupo em ser um realizador de mudanças sociais para a maternidade e infância, ganhou um novo propósito. “Um dos nossos valores é o respeito às minorias e pautas importantes, esse foi o primeiro passo para refletirmos sobre o respeito aos povos originários e a apropriação do nome de origem indígena”, explica Silveira.
Para debater sobre os novos caminhos do grupo, a Rede promoveu a primeira imersão para as mulheres interessadas em integrar ao novo formato do coletivo, após um chamamento dentro do grupo virtual, onde foram iniciadas as discussões. Para a cofundadora do novo momento da Rede, Bruna Franceane, a imersão foi o primeiro passo para que fossem discutidos a atuação do coletivo. “A mudança é importante também para as conexões que pretendemos fazer. A maioria das mulheres que integram o grupo são por indicações de outras mulheres que já conhecem nossa atuação, nossa intenção agora é expandir ainda mais o acesso à informação sobre as questões que envolvem a maternidade como um todo”, pontua a cofundadora.
Com um plano de atividades proposto, as ações da Rede pretendem incentivar os debates sobre políticas públicas, projetos de imersão sócio-políticos, estruturação para eventos e atuar como organização para perpetuar o movimento social, principalmente para mulheres mães em situação de vulnerabilidade. “Nós realizaremos a Primeira Imersão Multitemática Mães e Democracia, para que as mulheres recebam formação sobre as construções políticas e sociais de mulheres e mães no Brasil, para fortalecer a politização de mulheres mães no Amazonas”, assim explica a advogada e fundadora da Rede, Alessandrine Silva, sobre as ações previstas para a nova fase da Rede.
Além da organização de todo o fluxo administrativo e de ações, a Rede conta com 11 mulheres que planejam e alinham todos os processos e próximos passos do coletivo. Onde já organizam evento para o Agosto Dourado, mês de conscientização sobre os benefícios do leite materno, alimento considerado de suma importância para a saúde de bebês, crianças e mães pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Já iniciamos os preparativos para a Hora do Mamaço, que é um evento tão importante para que a gente debata e mostre para a sociedade que a amamentação é mais que um ato de amor, é um ato de sustentabilidade e que salva vidas”, conta a cofundadora.
A Rede atua há 8 anos na cidade de Manaus, onde promove o aleitamento materno, a criação com apego, o respeito à infância, empoderamento infantil, amamentação exclusiva até os seis meses e amamentação prolongada, além de ser uma rede de acolhimento para mães através da divulgação de informações de qualidade, promoção do bem estar e acesso a direitos das mulheres e crianças, visando a equidade, solidariedade e coletividade.
Para conhecer o coletivo, acesse no instagram @redemaesamazonas.