A ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, estará presente na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo para convocar o setor audiovisual a assumir o compromisso de ampliar a participação das mulheres, em toda a sua diversidade, à frente e atrás das câmeras. As produtoras O2 Filmes, Conspiração, Gullane e Pródigo serão as primeiras a celebrar esse compromisso, em parceria com o movimento +Mulheres Lideranças do Audiovisual Brasileiro. A mesa ocorrerá na sexta-feira, 28 de outubro, das 17h30 às 18h30, na sala Oscarito, da Cinemateca Brasileira.
Com o objetivo de dar visibilidade à pauta das mulheres diversas no audiovisual brasileiro, apoiando a divulgação de informações e boas práticas em diferentes canais, as produtoras assinarão uma carta-compromisso, que traz também um chamado para outras produtoras brasileiras se unirem à causa. Este compromisso inclui um diagnóstico sobre gênero e raça nas equipes internas em áreas-chaves e em suas produções, desde roteiro, direção, produção, até cargos técnicos, bem como em sua estrutura corporativa, para, em seguida, estabelecer políticas que ampliem o número de mulheres diversas em cargos de liderança, com especial atenção para os cargos de direção e roteiro das obras. Segundo os últimos dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), as mulheres apresentam baixa representatividade na liderança das obras, com 20% e 25% nos cargos de direção e roteiro, respectivamente. Os dados da agência também apontam que a presença das mulheres negras e indígenas nesses cargos cai para 0% nos longas-metragens.
A mesa contará com a participação de Daniele Godoy, gerente de projetos da ONU Mulheres Brasil; Debora Ivanov, sócia da Gullane e diretora do +Mulheres; Andrea Barata, sócia diretora da O2 Filmes; Renata Brandão, sócia e CEO da Conspiração; e Beto Gauss, sócio-diretor e CEO da Pródigo. A mediação da mesa ficará por conta de Maria Ângela de Jesus, diretora de produção de conteúdo da Paramount.
A ONU Mulheres atua em parcerias com o setor privado para assegurar que as mulheres tenham igual acesso à participação na vida econômica do país. Para além de ter papel fundamental na integração socioeconômica das mulheres, o setor privado se beneficia da diversidade melhorando o desempenho dos negócios, atraindo novos talentos, fortalecendo a marca e a reputação, melhorando a satisfação da clientela, contribuindo para a inovação, ganhando melhor estrutura competitiva e alavancando novas tecnologias. Assim, as empresas crescem à medida em que investem em diversidade.
Atuando junto ao +Mulheres e a partir do envolvimento das produtoras, associações do setor, plataformas de streaming, TV e salas de cinema, a ONU Mulheres planeja desenvolver ferramentas compartilhadas para impulsionar a presença de mulheres em posições estratégicas no setor em frente e atrás das câmeras. Com isso, buscará propiciar instrumentos para que as empresas aprofundem seu compromisso com a igualdade e com o olhar interseccional que leve em consideração a diversidade raça, etnia, diversidade de corpos, idade, classe e nacionalidade das mulheres.