Greenpeace denuncia queimadas em Território de Uso Comum do Rio Manicoré, no Amazonas

Em março, a destruição já havia sido detectada pelo sistema de monitoramento do Greenpeace, Papa-Alpha

Queimadas ativas em áreas recém desmatadas foram registradas na última quinta-feira (18) no sobrevoo realizado pelo Greenpeace Brasil na Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) do Rio Manicoré. A destruição constatada é de quase 1.800 hectares e está localizada no centro-oeste do município de Manicoré (AM), uma região que sofre forte pressão de grileiros e madeireiros.

“Durante o sobrevoo, acabamos flagrando a queimada de uma área que, desde março, vem registrando o avanço do desmatamento em mais de 100 hectares por semana. Esse é um grande problema que vem corroendo as florestas antes intactas do sul do Amazonas. Esse desmatamento dentro do CDRU, do Território de Uso Comum (TUC) do Rio Manicoré, é lamentável, tendo em vista que ocorreu logo depois da presença de autoridades do Estado – Procuradoria Geral do Estado do Amazonas (PGE-AM) e de secretários de Estado -, visitarem a área e demonstrarem seu apoio ao CDRU afirmando que o território é, de fato, das comunidades”, afirma Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Forest fire in a newly deforested area of over 1900 hectares, inside an area protected by the Concession of Real Right of Use (CDRU, in Portuguese) of the Manicoré River, in the Amazonas state. The beginning of this deforestation was first detected in March, 2022, by Papa-Alfa, Greenpeace Brazil’s own monitoring system. Queimada em área recém desmatada de mais de 1900 hectares, dentro da área protegida pela Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) do Rio Manicoré, no Amazonas. O início desse desmatamento foi detectado em março de 2022 pelo Papa-Alfa, sistema de monitoramento do Greenpeace Brasil.

O desmatamento registrado já havia sido detectado em março deste ano pelo sistema de monitoramento do Greenpeace Brasil, Papa-Alpha. Em junho, o Observatório BR-319 alertou o Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas e Ministério Público Estadual (MPE) do Amazonas sobre essa destruição na região.

Como forma de proteger seu território, que em seus 392.239 hectares abarca 15 comunidades ribeirinhas, 4 mil pessoas e é o berço de uma biodiversidade específica, membros da Central das Associações Agroextrativistas do Rio Manicoré (Caarim) receberam em março deste ano a CDRU, agora é necessário que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) garanta que este território seja protegido contras as agressões que vem sofrendo e que o governo do Estado do Amazonas garanta a implementação do TUC do Rio Manicoré, apoiando as atividades necessárias, em especial o diagnóstico socioeconômico, a formação do conselho gestor e o plano de gestão do território.

Fotos: Christian Braga / Greenpeace

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