O festejo de Santo Antônio de Borba (distante a 151 quilômetros de Manaus) agora é Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Amazonas. A festa religiosa, considerada a maior do estado, ocorre de 1º a 13 de junho e tem início com a tradicional procissão fluvial. Os devotos se deslocam de diferentes áreas do Rio Madeira, com a imagem do santo em direção à Basílica.
A Lei 5.975, sancionada pelo governador Wilson Lima, é um reconhecimento da peregrinação religiosa que reúne milhares de pessoas em honra ao santo padroeiro da cidade. Durante os dias de comemoração, são realizadas missas, trezenas e arraiais. A celebração tem seu ápice e encerramento com uma missa solene no dia 13 de junho, data dedicada ao Santo Antônio.
Para o professor e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Sérgio Ivan Gil Braga, a medida é essencial para reforçar essa cultura.
“O reconhecimento é sempre bem-vindo, pois reforça os anseios e costumes dos moradores do município de Borba. O Patrimônio não é só reconhecimento, ele também é um movimento, retratando através da Basílica uma expressão de fé e tradição”,
afirmou o pesquisador.
Para o músico instrumentista do grupo Raízes Caboclas, Otávio Rodrigues, conhecido como “Ótavio di Borba”, a música é considerada tradição no festejo e causa muita emoção aos fiéis. Ele toca banjo há 17 anos na solenidade fluvial.
“Eu convivo com esse festejo há muitos anos, é um festejo que emociona, por meio do dobrado tradicional, onde esperamos o santo com a banda e os fiéis no porto. Nesse período eu criei o projeto “Quatipuru”, nele eu mapeei várias músicas do festival Borbense, incluindo o dobrado tradicional, com as trezenas, que estão organizadas em partituras para as futuras gerações”, pontuou.
Relíquias de Santo Antônio
Santo Antônio é conhecido como Santo Casamenteiro, padroeiro dos pobres, protetor dos objetos perdidos.
A Basílica de Santo Antônio de Borba é a única da região Norte que possui relíquias do santo. Entre elas, um pedaço da própria pele do santo, que foi doado pela igreja de santo Antônio de Pádua, na Itália, que guarda várias partes desse corpo considerado um milagre.
Durante a procissão, a imagem do santo é coberta por cédulas. Esse fato ocorre devido a promessa de um homem, que após perder seus bens, prometeu ao santo que se fosse atendido faria devotamente esse ato.
Informações da Assessoria
Foto: Divulgação/Secom