Ao todo, 32 extensionistas rurais do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), participaram nesta quinta-feira (17/11), da visita técnica com demonstração de métodos para o cultivo do guaraná, na Fazenda Manancial, município Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), em ação realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Sabores Vegetais do Brasil.
As técnicas esplanadas ensinam a produção de mudas e frutas, essas passando pela colheita, despolpamento, lavagem, pré-secagem, torra, resfriamento e armazenamento.
O Idam é responsável por levar todas as novas informações aos produtores rurais, garantindo o êxito do cultivo. No caso do guaraná, a fazenda Manancial já serviu como laboratório, com resultados positivos, tanto na produção de mudas quanto de frutos, ambos com amplo mercado.
“Agradecemos esse aprendizado à Embrapa e estamos muito empolgados com a produtividade demonstrada. O guaraná é muito lucrativo e com as técnicas corretas, as perdas são mínimas. Esse é o caminho para garantirmos qualidade de vida aos nossos agricultores e desenvolver o setor primário amazonense”, aponta Daniel Borges, diretor-presidente do Idam.
Presente durante as demonstrações, Claudia Sampaio, representante da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB/AM), destaca que se os agricultores amazonenses seguirem os exemplos já consolidados dos produtores das regiões Sul e Sudeste, além do guaraná, outras culturas podem gerar riqueza para o Amazonas, garantindo ao Setor Primário uma nova e forte matriz econômica.
“Incentivamos o cooperativismo porque é um sistema democrático e inclusivo de negócios, que permite aos pequenos produtores atuarem no mercado de maneira eficiente e duradoura. Já é assim em cooperativas financeiras, em cooperativas de serviços e pode ser assim na produção rural do Amazonas. Cooperativismo é o melhor modal de desenvolvimento”, finaliza Claudia.
Experiência exitosa
Escolhida há quatro anos pelo projeto “Corredor Metropolitano do Guarána”, a agricultora Eliana Medeiros, produtora de maracujá e mamão, incrementou seu trabalho com a plantação de 800 mudas de guaraná. Em 2022, a expectativa é de que a fazenda Manancial faça o beneficiamento e comercialização de aproximadamente uma tonelada de guaraná, faturando R$ 350 mil.
“Comecei muito insegura. Achava tudo isso muito complexo, mas hoje afirmo que vale a pena. E o melhor de tudo, posso continuar com as outras culturas de forma consorciada. Estou Feliz com o Guaraná”, revela Eliana.
Pesquisa e expansão
De acordo com Lúcio Pereira dos Santos, pesquisador da Embrapa e responsável pela experiência exitosa de dona Eliana com o guaraná, o fruto está em franca expansão no Brasil, o que garante a comercialização antecipada de tudo o que for produzido, além da produção de mudas, uma necessidade de produtores de diversas regiões brasileiras.
“Toda tecnologia já foi desenvolvida, implementada e agora demonstrada para todos esses extensionistas. Os produtores rurais do Amazonas precisam saber que cultivar guaraná é possível e altamente rentável”, enfatiza Lúcio Pereira dos Santos.
Financiamento
Sediada no interior de São Paulo e com uma filial instalada no Distrito Industrial de Manaus, a empresa Sabores Vegetais do Brasil (SVB) apostou no potencial produtivo do guaraná cultivado da Amazônia, há oito anos, e investiu na pesquisa, fornecendo o material que transformou a fazenda Manancial em um verdadeiro laboratório experimental.
De acordo com Vagner Pacchione, engenheiro químico e diretor industrial da SVB, a produção de mudas de guaraná já é uma realidade; e a distribuição é gratuita para os agricultores que se interessarem pelo cultivo. O objetivo é aumentar a oferta da matéria prima, já garantindo a comercialização.
“Temos o firme compromisso com a expansão da produção de guaraná e desenvolvimento desse produto. Se faltava pesquisa, já fizemos. Se faltava comprovação, já temos. O guaraná é uma excelente opção para o nosso Amazonas”, encerrou Pacchione.
FOTOS: Antônio Barros Jr./Idam