Estudantes indígenas realizam ritual por ‘Uma Ufam mais indígena’

A atividade reproduziu o ritual de acolhimento com os mesmos procedimentos realizados em uma maloca original.

Com objetivo de visibilizar a presença indígena na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Colegiado Indígena do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) realizou nesta quinta-feira, 27, no Hall do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), ritual de acolhimento entre os indígenas que estudam na Universidade, denominado ‘Uma Ufam mais indígena’.    

De acordo com o doutorando e representante do Colegiado Indígena do PPGAS, Jaime Diakara, a atividade reproduz o ritual de acolhimento com os mesmos procedimentos realizados em uma maloca original.

Segundo Diakara, benzimento com tabaco, entrega de colar tradicional no pescoço como forma de proteção, aplicação de grafismo corporal com símbolos do povo Tukano e defumação com resina de Breu para estimular a expansão da consciência, assim como o equilíbrio e concentração serão as atividades desenvolvidas durante a performance antropológica.

Defesa de Tese

Na ocasião, foi oferecido o chá de Epadu, no sentido de estabelecer contatos ritualístico, repassado ao discente do Programa, Dagoberto Lima Azevedo, da etnia Tukano, que defenderá a tese ‘Pátu: ʉ´mʉ kʉ oãʉ´pʉri/Pátu: pó da memória e conhecimento do Tukano’, considerado o primeiro Indígena a defender tese escrita integralmente na Língua Patrilinear Tukano. A sessão de defesa ocorrerá na sexta-feira, dia 28, às 14h, no Centro de Medicina do Indígena Baserikowi’í, na Rua Bernardo Ramos, nº 97, no Centro.

“A partir da concepção do corpo cosmológico, investido a partir do chá do Epadú, o rito segue com danças Kariçú, quando possibilitará maior consciência do ser no Universo”, comentou Diakara.

No segundo momento, o evento segue com um Círculo de Conversa Indígena, a partir da tese de Dagoberto Lima Azevedo.     

Para o Gilton Mendes dos Santos, coordenador do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (Neai/Ufam), a Universidade está aberta ao conhecimento tradicional da Amazônia Indígena, que vem ocupando cada vez mais espaços na Academia, possibilitando assim uma prática de eventos tradicionais, o que viabiliza a presença de indígenas em nosso cotidiano.       

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