Nas eleições gerais de 2022, as candidaturas LGBTQIA + apresentaram um aumento de 36%. Segundo dados da Vote LGBT+, organização não governamental (ONG), que desde 2014 busca aumentar a representatividade de pessoas LGBT+ em todos os espaços, principalmente na política, no Brasil foram registradas um total 298 candidaturas de 22 partidos diferentes em todo o país. O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) têm o maior número de candidaturas representantes, com 49 e 81, respectivamente nestas eleições.
No Amazonas, os candidatos LGBTQIA+ são Marília Freire (PSOL) para o senado, Gabriel Mota (PCdoB) e Dra. Kézia Tavares (PSOL) concorre ao cargo de deputado estadual.
Do registro total de candidaturas dentro do estado, somente 0,74% são de candidatos abertamente LGBTQIA +. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que 2,3% dos amazonenses maiores de 18 anos se declararam homossexuais ou bissexuais.
Com a carência de representatividade política para a comunidade LGBTQIA+, a presidente da Casa de acolhimento LGBTQIA +, Casa Miga, Karen Arruda, considera essencial as candidaturas que levantam a bandeira e tem o foco no debate de mais políticas públicas para a comunidade, além de mostrarem que o espaço do poder público também é um ambiente que os pertence.
“A necessidade de representantes que lutem pelos direitos da nossa imunidade é essencial, estamos cansados de existir e resistir, temos sim aliados, mas necessitamos de representantes dentro da comunidade que nos entenda e fale por nós dentro dos espaços do poder público. O Amazonas nunca elegeu um candidato LGBTQIA + e esse ano é um ano muito importante para nossa comunidade, para termos voz dentro do nosso estado”, explica Arruda.
A Casa Miga é o primeiro espaço de acolhimento para LGBT+ da Região Norte para brasileiros e refugiados expulsos de casa e/ou em situação de vulnerabilidade social.
Representatividade – Única mulher disputando uma vaga para o senado, Marília Freire (PSOL), mulher cis, negra e lésbica, é atuante nos direitos públicos para mulheres, principalmente com o foco em violência obstetrícia e políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+.
“Representatividade importa muito e podermos ser nossa própria voz para levantar políticas públicas voltadas para nossa comunidade em todos os espaços é fundamental”, afirma Marília.
A candidata também reforça a importância de candidaturas abertamente LGBTQIA+ nestas eleições.
“Para além das eleições é importante e necessário que estejamos representando a comunidade LGBTQIAPN+ em todos os espaços políticos de decisão e construção de políticas públicas, para que essa posição seja mais aberta, reforçando nossas identidades e sexualidades, tirando-nos dá sombra e da invisibilização”, comenta Marília.
Atuante nos movimentos sociais na capital, o candidato Gabriel Mota (PCdoB), acredita que a política pode expandir ainda mais o debate sobre a necessidade de mais políticas públicas para a comunidade.
“Chegar a um mandato em 2022 vai permitir que a gente participe dessas tomadas de decisão e lute também por causas que são negligenciadas pelos atuais parlamentares a nível estadual, como a questão das mudanças climáticas e os impactos da pandemia na educação dos estudantes, por exemplo. Precisamos ocupar o poder para participar desses processos de decisão.”, afirma Gabriel.
Texto: Leonardo Santos
Edição: Karine Pantoja
Revisão: Edney Alexander
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Confluente nas eleições 2022 – Descentralizando das candidaturas mais conhecidas da cidade, o portal Confluente visa mostrar as minorias que estão disputando as eleições deste ano, além de fazer um breve mapeamento entre a população sobre o conhecimento acerca do atual cenário político.