Nos últimos oito anos, Sebrae Amazonas tem realizado um trabalho ainda mais efetivo na Amazônia, focado em dar visibilidade ao artesanato amazonenses, seja de povos originários ou dos ribeirinhos. Os trabalhos desses artesãos, inspirados em um dos meios de transportes mais antigos da humanidade, ocupará, até o dia 10 de fevereiro de 2023, um espaço do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro.
A exposição “Trama Canoê” trará a narrativa da canoa e a cultura material, representada em objetos utilizados no dia a dia, como cestos, remos, redes de pesca, vasos, cerâmica utilitária, dentre outros, que podem ser produzidos com matérias primas da floresta amazônica. Juntamente com a canoa, a exposição traz o conceito da trama, um resgate ancestral, especialmente quando reportamos ao cotidiano indígena.
A “Trama Canoê” irá retratar alguns aspectos centrais da região amazônica, tomando Manaus como o coração da Amazônia e partindo para alguns municípios que criam a realidade da região, evidenciando as dualidades entre os rios Negro e Solimões, a pluralidade dos diferentes povos, o encontro entre o ancestral e o contemporâneo, e os transpassados pelos produtos artesanais que serão expostos no CRAB. Essa produção de artefatos contempla a reflexão cosmológica sobre o papel desses povos, reprodução do mundo e de suas próprias vidas de forma sofisticada, trazendo sentido a cada criação desses artesanatos ancestrais.
Produtos da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN), Comunidade Indígena Nova Esperança e dos municípios de Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant, Maués, Rio Preto da Eva, Novo Airão, e Careiro Castanho, estão entre os itens que compõem a exposição, que tem como curadora, a diretora-presidente da Associação Zagaia Amazônia, Rozana Trilha. O projeto expográfico da exposição foi elaborado pelo designer brasileiro, Sérgio J. Matos, e o grafiteiro Raiz Campos, que irá apresentar a sua arte através do grafismo no Tupé.
Visibilidade dos Estados
Por meio do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), a produção artesanal brasileira ganha a oportunidade de representar a brasilidade, a sustentabilidade, as culturas e as tradições dos povos, a partir de obras exuberantes e ricas, criadas com materiais retirados da natureza sem agredi-la ou prejudicá-la.
Segundo a Diretora Técnica do SEBRAE, Adrianne Antony Gonçalves, o CRAB tem como missão, promover o artesanato brasileiro, fortalecendo a sua importância cultural, social e econômica. “O CRAB foi idealizado para atuar como uma plataforma de requalificação da atividade artesanal brasileira, atuando em três eixos simultâneos que são o espaço de exposição, espaço de reflexão e o espaço de aproximação comercial. Os resultados estão bons e cada estado participante têm ganhado a sua visibilidade o que, consequentemente, tem fortalecido a Economia Criativa”, disse a diretora técnica.
“Sabemos que a Amazônia possui muito potencial para desenvolvimento de Soft Power e acreditamos que por meio da nossa música, e de outras atividades culturais, podemos usar este poder da nossa autoimagem cultural, como uma forte influência para estimular negócios e gerar desenvolvimento, dentro do nosso estado”, concluiu Adrianne.
Produtos
Entre as peças artesanais que público poderá adquirir na exposição estão: Luminária Flor do Apuí, feita com piaçava tingida, Vaso Tamoatá, feito com tucum e tucum tingido, Vaso Panero, feito de cuia e fibra de arumã, Vaso Chocalho e Vaso Urucum feitos com cipó ambé, Vaso Cantaró e Vaso Kapité feitos com tucum e tucum tingido, Cesto Camuti, também feito com tucum e tucum tingido, Vaso Maturipí, feito de cipó de ambé, Bolsa Matupi, feita com cipó de ambé, Cesto Macacarecuiá, feito com cipó de ambé e barro, Vaso Jamaxi, feito com arumã, Cesto Buchuchu, feito com cipó de ambé e cipó de ambé tingido, Arraia Centro de Mesa e Arraia Porta Lenço, feitos com madeira, Luminária Encontro das Águas, feita com fibra de arumã, Luminária Formigueiro, feita com tucum e tucum tingido e Luminária Biribá, feita com arumã.
Por Bruno Tadeu