O Açaí de Codajás agora tem área delimitada reconhecida oficialmente. A assinatura do laudo territorial da Indicação Geográfica (IG), realizada no dia 22 de setembro, na Casa da Cultura de Codajás, definiu a região que compreende também parte dos municípios de Coari, Beruri, Anori e Anamã como única em termos de origem e produção do fruto. Essa foi a última etapa na busca pelo selo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O depósito do processo no INPI acontecerá em outubro pela Cooperativa Agropecuária de Codajás. Também atuam nessa iniciativa o Sebrae Amazonas, a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuária do Amazonas (IDAM), a Prefeitura de Codajás e o Ministério da Agricultura, com o apoio de vereadores de Codajás e emenda parlamentar da Assembleia Legislativa.
Desde 2019, produtores codajaenses, o poder público e entidades atuam pelo sonho de alcançar oficialmente a notoriedade do açaí local. Com o selo de Indicação Geográfica, o produto poderá ser comercializado para outros estados e países, além da garantia da rastreabilidade. Isso porque muitos comerciantes, principalmente na capital Manaus, se apropriam da fama do açaí de Codajás para vender a polpa de outras origens.
Atualmente, o Amazonas possui seis IGs: farinha de Uarini, Peixes Ornamentais do Rio Negro, Abacaxi de Novo Remanso, Pirarucu de Mamirauá, Guaraná de Maués e Andirá-Marau (guaraná dos indígenas), cuja área contempla parte de municípios do leste amazonense e do Pará. Até dezembro de 2022, outras três indicações devem ser estabelecidas junto ao INPI: Queijos de Autazes, Mel de Abelhas Nativas de Boa Vista do Ramos e o Açaí de Codajás.
Na busca pela IG, os produtores de Codajás e adjacências recebem capacitação e incentivos para adequações às regras sanitárias, desde a coleta, armazenagem e manipulação do açaí. Eles tiveram acesso a consultoria especializada com palestras, oficinas, cursos de boas práticas de manipulação, adequação dos espaços dos batedores, entre outras ações.
Por Bruno Tadeu