A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio da Defensoria Pública Especializada em Atendimento de Interesses Coletivos (DPEIC) visitou nesta segunda-feira (1º) a área do bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus afetada pelo incêndio de grandes proporções ocorrido na última semana, na rua Ambrósio Aires, antiga rua da Cachoeira, para ouvir os moradores.
O objetivo é identificar as principais demandas e atuar também na interlocução com órgãos de assistência social. De acordo com informações dos próprios moradores, 19 casas foram atingidas pelo incêndio, impactando 50 pessoas de diversas famílias. A maioria está abrigada nas casas de familiares e amigos.
O defensor público Rodolfo Lôbo, que atua na Defensoria de Interesses Coletivos, informou que o trabalho realizado na visita visa também ressaltar a vulnerabilidades da população, para iniciar a interlocução com os outros órgãos. Há pessoas vulneráveis, como venezuelanos, idosos e crianças.
“Vamos pedir que seja feito um levantamento das perdas dos bens materiais e pedir que seja ofertada alguma solução de moradia e auxílio para reaver bens materiais perdidos”, afirmou.
Nesta segunda-feira, a equipe da DPEIC realizou o cadastramento das famílias atingidas pelo incêndio. Uma delas é o vendedor ambulante Renny Santos, 28, que perdeu todo o seu material de trabalho. Renny é venezuelano e trabalhava vendendo mingau nas ruas de Manaus. Ele disse que perdeu no incêndio todas as panelas que utilizava para o trabalho.
“O incêndio foi 21h30. A gente estava em casa, tentamos apagar o fogo, mas estava muito alto e, quando vimos que se espalhou, decidimos sair por dentro do Igarapé mesmo”, contou. Ele está abrigado com a família, a esposa e dois filhos, na casa da sogra, que também mora no São Jorge.
Entre as principais demandas, os moradores do local informaram que estão precisando de itens de primeira necessidade, como alimentos, roupas, fraldas para os bebês, botijas de gás, fogão e cama.
O incêndio ocorreu na última terça-feira (26) e se alastrou rapidamente pelas casas, todas de madeira, que ficam à margem do igarapé. Ainda não se sabe ao certo a causa do incidente.
Texto: Márcia Guimarães
Fotos: Evandro Seixas